Transação Penal: Entenda esse tipo de acordo jurídico!

Juiz batendo martelo com relógios ao fundo na parede

Você sabe o que é transação penal? Trata-se de uma mecanismo jurídico com o propósito de evitar a instauração de processos penais, oferecendo uma abordagem consensual na resolução de conflitos relacionados a infrações de menor potencial ofensivo.

Neste artigo, vamos explicar de forma esclarecedora o conceito de transação penal, seu funcionamento na prática, sua importância e muito mais. Continue com a gente e boa leitura!

O que é transação penal?

A Transação Penal, regulamentada pela Lei dos Juizados Especiais Criminais (Lei 9.099/95), é um instituto jurídico que busca impedir o início de um processo penal. Representa uma modalidade de solução consensual de conflitos, que busca desafogar o sistema judiciário ao proporcionar uma abordagem mais ágil para a resolução de infrações penais de menor potencial ofensivo

O que são infrações de menor potencial ofensivo? 

Infrações de menor potencial ofensivo são os delitos considerados de menor gravidade, contravenções penais e crimes com pena máxima que não ultrapassa 2 anos, seja cumulada ou não com multa. 

No caso das contravenções penais, a pena máxima não é o critério principal; basta que se trate de uma contravenção. Em situações de prisão em flagrante, o procedimento adotado é o Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), não o Auto de Prisão em Flagrante, utilizado para crimes mais graves.

Com a promulgação da Lei 9.099/95, o intuito foi estabelecer uma diferenciação clara entre crimes de maior gravidade e aqueles de natureza mais leve

Como funciona a transação penal?

A transação penal opera de maneira eficiente e simplificada. Quando alguém comete um delito de menor potencial ofensivo e é detido em flagrante, é levado à Delegacia de Polícia, onde o Termo Circunstanciado de Ocorrência é lavrado. O documento é encaminhado ao Juiz competente, que o remete ao Ministério Público.

O Promotor de Justiça, ao analisar os antecedentes criminais do indivíduo, pode, se este não foi beneficiado com a medida nos últimos 5 anos, promover uma audiência preliminar. Durante esse processo, o Promotor pode propor a transação penal, sugerindo penas restritivas de direito ou multa. 

Essas penas podem incluir, por exemplo, a determinação de que o infrator contribua com cestas básicas para instituições de caridade. A ideia é oferecer uma solução rápida e consensual para casos de menor complexidade, evitando a sobrecarga do sistema judicial.

Cesta básica com alimentos
O juiz pode propor penas como doação de cestas básicas

O que acontece caso o MP e o Juiz não entrem em consenso quanto a transação penal? 

Quando há divergência entre o Ministério Público e o Juiz sobre a concessão da transação penal, mesmo que o acusado atenda aos requisitos legais, algumas situações podem surgir. 

Se o Promotor discorda da concessão, enquanto o Juiz entende que o acusado tem direito ao benefício, o Juiz deve encaminhar os autos ao Procurador-Geral do Ministério Público, que terá três opções:

  • concordar com o Juiz, designando outro Promotor para oferecer a transação penal;
  • discordar do Promotor e concordar com o Juiz, designando outro Promotor para oferecer a transação penal;
  • concordar com o Promotor, negando a possibilidade da transação penal.

Em caso de concordância com o Promotor, o Juiz é obrigado a acatar a decisão, enquanto as outras opções podem levar à concessão da transação penal ao acusado. Esse processo busca garantir a imparcialidade e a devida análise antes da concessão do benefício.

Qual é o procedimento caso a proposta da transação penal seja aceita? 

Uma vez aceita a proposta de transação penal pelo autor do fato e seu defensor, o procedimento entra na fase de apreciação pelo Juiz. O magistrado, ao acolher a proposta apresentada pelo Ministério Público, deve imediatamente aplicar a pena restritiva de direitos ou a multa estabelecida.

É importante destacar que a aceitação da transação penal não resulta em reincidência para o indivíduo, mantendo seus bons antecedentes. Contudo, o registro é efetuado para evitar que o acusado se beneficie novamente no prazo de 5 anos. Da sentença proferida, ainda é possível interpor recurso de apelação.

A legislação determina que a sanção imposta ao acusado não constará em sua folha de antecedentes criminais e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação no juízo cível, se necessário. 

Documento com impressões digitais e algemas por cima
A transação penal é registrada, mas não consta em antecedentes criminais

O que acontece se a proposta de transação penal for descumprida? 

A súmula vinculante 35 do Supremo Tribunal Federal esclarece que a homologação da transação penal, prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995, não gera coisa julgada material. Isso significa que, se as cláusulas estabelecidas na transação penal forem descumpridas, a situação anterior é restabelecida

O Ministério Público tem o direito de dar continuidade à persecução penal, podendo oferecer denúncia ou requisitar a instauração de inquérito policial.

Portanto, em caso de descumprimento das condições acordadas na transação penal, o processo retorna ao seu estado anterior, permitindo que o Ministério Público prossiga com as medidas legais cabíveis. 

Qual a importância da transação penal?

A transação penal tem uma papel importantíssimo no sistema jurídico, proporcionando diversas vantagens e contribuindo para a eficácia do sistema de justiça criminal. Confira as principais vantagens!

  • celeridade na resolução: ao permitir um acordo entre as partes, evita-se a instauração de um processo penal, proporcionando uma resposta mais rápida às infrações de menor gravidade;
  • desburocratização do processo: a transação penal dispensa formalidades complexas e agiliza a resolução de questões menos graves. Isso simplifica procedimentos e promove uma abordagem mais ágil na aplicação da justiça;
  • soluções consensuais e reparação do dano: a busca por soluções consensuais estimula a conciliação entre as partes envolvidas. Além disso, a transação penal visa à reparação do dano causado, seja por meio de penas restritivas de direitos ou multas, promovendo a responsabilização do infrator;
  • economia de recursos públicos: ao evitar a instauração de processos formais, a transação penal contribui para a economia de recursos públicos, direcionando o foco do sistema judicial para casos mais complexos.

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