Exceção de Suspeição: Entenda esse instrumento jurídico em um processo!

Juiz lendo documento e segurando caneta

Você sabe o que é exceção de suspeição? Na busca pela eficácia do sistema judicial, a imparcialidade se destaca como pilar fundamental. Diversos instrumentos jurídicos foram desenvolvidos para garantir essa imparcialidade, e entre eles, a exceção de suspeição desempenha um papel crucial.

Neste artigo, vamos descomplicar esse mecanismo processual, explicando sua definição e funcionamento na prática, além de esclarecer as distinções entre suspeição e impedimento. Tenha uma ótima leitura!

O que é exceção de suspeição?

A exceção de suspeição é uma ferramenta jurídica utilizada quando uma das partes envolvidas em um processo judicial acredita que o magistrado responsável pela decisão pode não atuar de forma imparcial. Em outras palavras, ela é acionada quando há suspeitas de que o juiz possui algum tipo de envolvimento, interesse pessoal, ou vínculo que possa comprometer sua objetividade no julgamento.

Mas o que é suspeição?

A suspeição, no contexto jurídico, acontece quando um juiz não consegue julgar um caso de forma imparcial devido a questões pessoais ou opiniões que podem influenciar seu julgamento. Esse cenário não apenas impacta a habilidade do juiz em julgar, mas também coloca em risco todo o processo judicial.

Quando um juiz é considerado suspeito, os atos que ele realiza durante o processo podem ser anulados. Isso acontece porque existe a possibilidade de que o magistrado, mesmo que indiretamente, possa obter alguma vantagem para si mesmo ou para outras pessoas. 

Assim, a exceção de suspeição se apresenta como uma ferramenta jurídica à disposição das partes para apontar a possível suspeição do juiz em um processo judicial.

Quando aplicar a exceção de suspeição?

O artigo 145 do Código de Processo Civil estabelece situações específicas em que a exceção de suspeição pode ser aplicada, destacando circunstâncias que comprometem a imparcialidade do magistrado. Essas condições buscam garantir a equidade e a justiça no decorrer do processo judicial. 

Confira abaixo os casos em que a exceção de suspeição pode ser interposta:

  • amizade íntima ou inimizade: quando o magistrado mantém uma relação de amizade íntima ou inimizade com qualquer das partes envolvidas no processo ou com seus advogados;
  • recebimento de presentes: se o juiz receber presentes de pessoas que possuam interesse na causa, tanto antes quanto depois do início do processo. Também se aplica se o magistrado aconselhar alguma das partes sobre o objeto da causa ou fornecer meios para custear as despesas do litígio;
  • relações de crédito ou dívida: quando o magistrado, seu cônjuge, companheiro ou parentes até o terceiro grau, inclusive, possuem vínculos de credor ou devedor com qualquer das partes envolvidas no processo;
  • interesse no julgamento: se o juiz demonstrar interesse no julgamento do processo em favor de qualquer das partes, evidenciando uma inclinação que comprometa a imparcialidade.
Advogados e juízes conversando e caminhando em tribunal
Quando existe a amizade do juiz com uma das partes envolvidas pode-se aplicar a exceção de suspeição

Qual a diferença entre suspeição e impedimento?

No impedimento, a presunção de parcialidade do juiz é absoluta, resultando na proibição total do exercício de suas funções naquele caso específico. Em outras palavras, quando ocorre um impedimento, o juiz é impedido de conduzir qualquer aspecto do processo, enfatizando a gravidade dessa situação.

Por outro lado, na suspeição, a presunção de parcialidade é relativa. Isso significa que, mesmo que haja dúvidas sobre a imparcialidade do juiz, ele ainda pode atuar no processo, desde que não existam circunstâncias que comprometam seriamente sua objetividade. 

A suspeição não resulta em uma proibição total, mas abre espaço para questionamentos sobre a imparcialidade do magistrado em situações específicas.

Quais são as situações de impedimento?

O artigo 144 do Código de Processo Civil estabelece as situações em que a exceção de impedimento pode ser provocada, trazendo circunstâncias que proíbem o juiz de exercer suas funções no processo:

Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:

I – em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;

II – de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;

III – quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;

IV – quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;

V – quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no processo;

VI – quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes;

VII – em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços;

VIII – em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório;

IX – quando promover ação contra a parte ou seu advogado.

Advogado em corte junto a acusado e juíza
Quando um parente até terceiro grau está envolvido no caso, o juiz não pode assumir funções nesse processo

Como é o procedimento de exceção de suspeição?

O procedimento da exceção de suspeição é uma etapa importante para garantir a imparcialidade do juiz em um processo judicial. Se o juiz não declara a suspeição por conta própria, as partes devem seguir um processo específico, conforme estabelecido no art. 146 do Código de Processo Civil. Entenda como funciona!

Petição 

As partes têm 15 dias a partir do conhecimento do fato para apresentar uma petição escrita diretamente ao juiz do processo. Nessa petição, devem expor suas razões e, se necessário, anexar documentos e uma lista de testemunhas.

Decisão do juiz

Se o juiz concordar com a alegação de suspeição, ele encaminhará os autos ao seu substituto. Caso não concorde, determinará a criação de um processo separado. Neste caso, ele terá mais 15 dias para apresentar suas razões e encaminhar o caso ao Tribunal para julgamento.

No Tribunal, o relator atribuirá um efeito ao recurso. Se o recurso não tiver efeito suspensivo, o processo seguirá normalmente durante a análise.

Julgamento final

Ao final do processo, o tribunal pode rejeitar ou acolher a suspeição. Se a suspeição for aceita, os autos serão enviados ao substituto, indicando quais ações precisam ser repetidas. O juiz suspeito também pode ser responsabilizado por custas processuais.

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