Presunção de Inocência: Entenda esse princípio jurídico, e os casos onde ele é utilizado!

Malhete com quadro verde ao fundo, no qual está escrita a palavra inocente

Você sabe o que é presunção de inocência? Esse é um dos pilares fundamentais do sistema jurídico, garantindo que qualquer indivíduo acusado de um crime seja considerado inocente até que sua culpabilidade seja legalmente comprovada. 

Ao longo deste blog post, vamos explorar os detalhes desse princípio, sua origem e, mais importante, como ele se manifesta em diversas etapas do processo penal. Tenha uma ótma leitura!

O que é presunção de inocência?

A presunção de inocência é um princípio no sistema jurídico, estabelecendo que qualquer pessoa acusada de um crime é considerada inocente até que sua culpabilidade seja comprovada em um processo judicial. Esse princípio é garantido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e pela Constituição Federal do Brasil, e destaca a necessidade de respeitar os direitos fundamentais de qualquer pessoa acusada de um crime.

Como surgiu o princípio da presunção de inocência?

O princípio da presunção de inocência teve sua origem marcante na Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, que proclamava que todo acusado é considerado inocente até ser declarado culpado. O Artigo 9º dessa declaração enfatizava que, mesmo em casos de prisão, a lei deveria reprimir severamente qualquer tratamento desnecessário à guarda da pessoa acusada.

O Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, ratificado no Brasil em 1992, reforçou esse princípio no Artigo 14, item 2, estabelecendo o direito de que toda pessoa acusada tenha sua inocência presumida até que sua culpa seja legalmente comprovada.

No Brasil, a Constituição Federal de 1988, no Artigo 5º, inciso LVII, ampliou significativamente o alcance desse princípio. A constituição estabelece que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, consolidando a presunção de inocência como um pilar fundamental na proteção dos direitos individuais.

Qual é a importância da presunção de inocência no sistema jurídico?

Para que você consiga ter uma compreensão melhor do que é a presunção de inocência, é importante analisar sua importância no sistema jurídico e em toda a sociedade. Acompanhe!

  • proteção dos direitos individuais: a presunção de inocência é fundamental para garantir a proteção dos direitos individuais, assegurando que qualquer pessoa acusada de um crime seja tratada como inocente até que sua culpabilidade seja devidamente comprovada em um tribunal;
  • justiça e imparcialidade: ao colocar o ônus da prova sobre a acusação, a presunção de inocência contribui para a busca da justiça e imparcialidade nos processos judiciais. Isso evita condenações injustas baseadas apenas em suspeitas ou alegações infundadas;
  • prevenção de prisões arbitrárias: a aplicação desse princípio atua como um mecanismo eficaz na prevenção de prisões arbitrárias, impedindo que indivíduos sejam detidos sem evidências substanciais de sua culpabilidade. Isso reforça a ideia de que a liberdade é a regra, não a exceção;
  • estímulo à investigação rigorosa: a presunção de inocência incentiva investigações mais rigorosas e detalhadas por parte das autoridades, uma vez que é necessário apresentar evidências convincentes para estabelecer a culpa. Isso contribui para a integridade do processo judicial;
  • equilíbrio entre poderes: ao garantir que o Estado não possua um poder irrestrito sobre a liberdade dos cidadãos, a presunção de inocência promove um equilíbrio entre os poderes, prevenindo abusos e garantindo a proteção dos indivíduos contra acusações infundadas.
Balança com pratos equilibrados em cima de mesa de madeira
A presunção de inocência colabora para a imparcialidade do sistema judiciário

O que significa “In Dubio Pro Reo”?

“In dubio pro reo” é uma expressão latina que significa, literalmente, “na dúvida, a favor do réu”. Este princípio jurídico é uma proteção importante no sistema judicial e tem grandes implicações nos processos legais.

Este preceito estabelece que, se houver qualquer incerteza razoável sobre a culpa do acusado durante o julgamento, o juiz deve decidir a favor do réu. Em outras palavras, a dúvida beneficia o acusado, garantindo que nenhum indivíduo seja condenado sem uma prova convincente e inequívoca de sua culpabilidade.

“In dubio pro reo” reflete a busca pela justiça e equidade, protegendo os direitos do acusado e prevenindo condenações injustas baseadas apenas em suposições ou conjecturas.

Muro com escrita in dubio pro reo e com sombra de estátua pensativa
A expressão “in dubio pro reo” é um preceito que previne condenações sem provas claras

Quais são os casos em que a presunção de inocência é aplicada?

Este princípio jurídico é evidente em diversas fases do processo penal. Vamos explorar a aplicação desse importante conceito ao longo das diferentes etapas do procedimento legal. Confira!

Investigação

Mesmo diante de indícios de autoria e materialidade de um crime, a presunção de inocência é importantíssima durante a fase de investigação. Nesse estágio, a pessoa sob investigação tem o direito fundamental de ser tratada como inocente

Isso significa que ela não pode ser submetida a tratamento desumano, degradante ou que comprometa sua dignidade. A presunção de inocência protege os direitos individuais desde os estágios iniciais do processo penal, garantindo um tratamento justo e respeitoso.

Julgamento

No decorrer do julgamento, a presunção de inocência assume um papel central. O acusado não carrega o ônus de provar sua inocência; cabe ao Ministério Público, ou à parte acusadora, apresentar evidências que comprovem a culpabilidade. 

O juiz, por sua vez, deve basear sua decisão nas provas apresentadas. Em situações de dúvida razoável, o princípio “in dubio pro reo” entra em cena, orientando o juiz a decidir em favor do acusado. Essa abordagem busca assegurar um julgamento justo, imparcial e fundamentado em evidências sólidas.

Execução da Pena

Mesmo após a condenação, a presunção de inocência continua a influenciar o sistema penal. Implica que ninguém pode começar a cumprir pena antes do trânsito em julgado da sentença condenatória, ou seja, antes que todas as possibilidades de recurso se esgotem. 

Esse aspecto resguarda o direito do condenado a buscar instâncias superiores e só permite a execução da pena quando todas as opções legais foram esgotadas, assegurando a integralidade do processo judicial e o respeito aos princípios fundamentais de justiça.

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