Falso testemunho é crime? Entenda por que sim, e as possíveis consequências

Mulher dando testemunho em tribunal ao lado de juíza

Fazer um falso testemunho é crime? As falas de uma testemunha são peça fundamental dentro do sistema jurídico. Elas podem influenciar a decisão de um tribunal e determinar o resultado de um processo. No entanto, quando uma pessoa mente intencionalmente ao testemunhar, ela está cometendo um crime com desdobramentos gravíssimos.

Neste artigo, exploraremos a questão: falso testemunho é crime? Além disso, discutiremos as possíveis consequências para aqueles que cometem essa prática ilegal.

Afinal, falso testemunho é crime?

Sim, o falso testemunho é considerado crime em nosso sistema jurídico e em outros ao redor do mundo. Isso se deve à importância de garantir a veracidade dos testemunhos apresentados durante um julgamento. Assim, visando assegurar a justiça e a imparcialidade no processo.

A credibilidade dos depoimentos é fundamental para a tomada de decisão de um tribunal. Quando alguém mente ou oculta informações relevantes, pode comprometer todo o sistema legal.

O que é falso testemunho?

O falso testemunho é definido legalmente como o ato de mentir ou omitir informações relevantes durante um depoimento sob juramento. O objetivo dessa prática é de induzir o tribunal a erro.

Para ser caracterizado como crime, é necessário que o testemunho seja prestado de forma consciente e voluntária. Ou seja, sabendo-se que as informações são falsas ou que há uma intenção de enganar.

Desse modo, é importante distinguir o falso testemunho do testemunho equivocado. Esse último ocorre quando uma pessoa comete erros ou enganos ao dar seu depoimento, sem a intenção deliberada de enganar.

Mulher jurando em tribunal com mão em cima de Bíblia
Em um depoimento prestado sob juramento, o falso testemunho é o ato de mentir ou omitir informações

Como funciona a tipificação criminal do falso testemunho?

Você já sabe que o falso testemunho é crime. Não só em nosso país, mas ao redor do mundo. A credibilidade dos julgamentos demanda que as pessoas que testemunharão nos processos tenham compromisso com a verdade.

A credibilidade dos depoimentos é fundamental para a tomada de decisão de um tribunal, e quando alguém mente ou oculta informações relevantes, pode comprometer todo o sistema legal.

No Brasil, o falso testemunho é previsto como crime no Artigo 342 do Código Penal. A pena prevista no dispositivo é de reclusão de 3 a 4 anos, bem como aplicação de multa.

Além das consequências legais, o falso testemunho pode ter implicações negativas para a credibilidade do testemunho futuro dessa pessoa. Assim, comprometendo sua reputação como testemunha confiável.

Quais são os exemplos mais icônicos do crime de falso testemunho?

Exemplos de casos famosos envolvendo falso testemunho destacam a importância de combater essa prática. Um exemplo notável é o caso de Martha Stewart, empresária americana, condenada por falso testemunho em um caso de Insider Trading.

Além das consequências legais, o falso testemunho pode ter impactos negativos na vida pessoal e profissional da pessoa envolvida. Assim, afetando sua reputação confiança perante a sociedade.

Outro exemplo é o caso Escola Base, ocorrido em 1994. Esse foi um dos mais emblemáticos envolvendo falso testemunho no Brasil. O escândalo começou quando a imprensa divulgou acusações de abuso sexual contra crianças em uma escola infantil em São Paulo.

As acusações baseavam-se em informações falsas fornecidas por pessoas que divulgaram rumores infundados. Posteriormente, ficou provado que não havia evidências de abuso sexual, e os donos da escola foram inocentados.

O caso ilustrou como o falso testemunho pode levar a graves consequências para pessoas inocentes e destruir reputações.

Outro exemplo muito famoso é o caso Bruno, ocorrido em 2010. Esse processo envolveu o ex-goleiro brasileiro acusado de envolvimento no sequestro e assassinato de sua ex-namorada, Eliza Samudio.

Durante o processo, surgiram relatos de falso testemunho por parte de algumas testemunhas, que deram informações contraditórias ou tentaram encobrir sua própria participação no crime.

Esses depoimentos falsos dificultaram a investigação e prolongaram a busca pela verdade no caso.

Esses exemplos evidenciam como o falso testemunho pode ter um impacto negativo no sistema de justiça. Ele pode levar a acusações injustas, dificultar a busca pela verdade e prejudicar a credibilidade do sistema jurídico.

O combate ao falso testemunho é essencial para garantir a justiça e a imparcialidade nos processos legais no Brasil.  Ao promover a honestidade e a veracidade nos testemunhos, garantimos a integridade da justiça e a busca pela verdade.

O falso testemunho compromete a justiça e mina a confiança na aplicação da lei. Portanto, é essencial que todos os envolvidos no processo legal estejam comprometidos em preservar a integridade e a imparcialidade dos depoimentos. Assim, promovendo uma sociedade justa e baseada na verdade.

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Agora que você entende que falso testemunho é crime é importante dar um passo a diante para entender melhor sobre esse e outros tipos de delitos existentes em nossa legislação.

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Perguntas Frequentes

Quem são as pessoas que podem cometer o falso testemunho?

Não é apenas o depoimento que pode carregar o falso testemunho. O Código Penal estabelece que as informações passadas por peritos, contadores e outros auxiliares da justiça também podem ser falseadas propositalmente.

Nesse caso, a aplicação da pena prevista nos Artigos 342 e 343 — que prevê reclusão e multa — também é válida.

Qual é o valor da multa pelo falso testemunho?

A multa no caso do falso testemunho deverá ser superior a 1% e inferior a 10% do valor total da causa em que a pessoa testemunhou.

Portanto, o montante a ser recolhido por quem cometeu o crime pode ser bastante elevado. Geralmente, o falso testemunho é dado para obter uma vantagem econômica e o agente não considera a possibilidade de aplicação dessa penalidade.

Qual a diferença entre falso testemunho e perjúrio?

O perjúrio é uma espécie de falso testemunho proferido por um acusado. Nesse caso, não existe punição, tendo em vista que no Brasil o investigado tem o direito de não produzir provas contra si.

Nesse sentido, ele não é obrigado a dizer a verdade. Atualmente, o PL 3148/201 tramita na câmara e tem por objetivo tornar o perjúrio um crime.

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